6 tipos de pontes mais utilizadas

Seis tipos de pontes, viadutos e passarelas que existem na engenharia civil

Alguma vez na vida você já passou por alguma ponte, não é? Seja uma ornamentada como a Henderson Waves em Singapura ou mesmo Viaduto Santa Ifigênia em São Paulo, se deslocar é um ato que sempre contará com obstruções. E é para isso que as pontes (ou viadutos) existem, servindo para transpor um obstáculo, natural ou artificial. 

Porém você já parou para pensar em quais os tipos de ponte que tem? Como é aquela que faz parte do seu dia a dia? Qual a diferença entre ponte, viaduto e passarela? Nesse post você vai saber tudo isso e muito mais!

Pontes Pênseis

Também conhecida como ponte suspensa, esse tipo de ponte consiste em torres posicionadas nas extremidades, sendo o peso distribuído por cabos ao longo do trecho para tráfego. Os cabos principais ligam-se por meio de varas em posição vertical ou cordas, recebendo o peso da ponte, que transferem para os pilares nas extremidades.

Arquitetonicamente, são bonitas (quem nunca sentiu vontade de passear de carro pela Golden Gate, em São Francisco?) porém frágeis a ações do vento, como a Tacoma Narrows em Washington, EUA, que desabou após forte ventania em 1940. A falta de manutenção também pode causar desastres, como a Silver Bridge (irmã da catarinense Hercílio Luz), construída em 1928 e que desabou em 1967, causando a morte de 46 pessoas. Esse acidente serviu para alertar os barrigas-verdes, que interditaram a ponte nos anos 1980. 

Pontes Estaiadas

A estrutura desse tipo de viaduto pode parecer com a das pontes suspensas, mas a diferença entre elas é que: ao invés de haver cabos distribuídos ao longo da ponte, eles são presos diretamente à torre (geralmente, uma única), de maneira simétrica. Na ponte suspensa, os cabos verticais ligam-se aos cabos principais, tendo uma pressão menor. Já na estaiada, os cabos são tensionados de maneira constante ao apoiarem-se na torre, segurando diretamente a base para tráfego.

Existem dois tipos de ponte estaiada: as com cabos em forma de harpa e as em leque

Os viadutos em formato de leque são mais eficientes e econômicos, já que seus cabos são mais inclinados, permitindo vãos maiores (ou seja, menos mastros). As com formato de harpa, são mais bonitas, com função mais ornamental do que prática. 

Uma curiosidade é que esse tipo de ponte é um tanto “recente”, surgindo em meados da década de 1960. A primeira ponte estaiada do Brasil foi a Ponte Octávio Frias de Oliveira que passa pelo Rio Pinheiros e hoje é um dos símbolos da cidade de São Paulo. 

Ponte de vigas

Agora o tipo mais simples de ponte (e consequentemente, dos que mais têm por aí). 

Seu formato consiste em uma plataforma (onde ocorre o tráfego, seja de pessoas ou veículos) apoiada por duas ou mais vigas, sustentadas por pilares em mesma quantidade. O peso é distribuído das vigas para os pilares e os materiais podem ser de concreto, metal, ferro ou aço. Os pilares têm uma base como fundação, seja em água ou vale. 

Sua forma básica e eficaz fez com que se popularizasse, sendo as pontes e viadutos rodoviários em maioria neste formato. 

Viaduto (ou ponte) em arco

Esse modelo de ponte é milenar, remontando ao Império Romano, antes de Cristo. A via de tráfego recebe sustentação pelo arco, dependendo de como é o projeto. Também é possível o arco sustentar e segurar a via. 

Pode haver um ou mais arcos dando suporte para a pista. A cada tipo de material, é necessário um diferente planejamento de sustentação nas extremidades. Pontes ou viadutos feitos de alvenaria, por exemplo, ficam em constante compressão.

Cena da franquia Harry Potter, em que o Expresso de Hogwarts passa o viaduto Glenfinnan. A fictícia escola de magia e bruxaria fica localizada na Escócia.
Viaduto Glenfinnan, que foi cenário para o Expresso de Hogwarts nos livros e filmes da saga Harry Potter

O Expresso de Hogwarts, trem da saga de ficção e fantasia Harry Potter, criada pela autora britânica J. K. Rowling, passa pelo Viaduto ferroviário Glenfinnan, na Escócia. O viaduto existe na vida real e possui 380 metros de comprimento, com uma série de arcos feitos de cimento. Sua construção iniciou em 1897, sendo inaugurado em 1901.   

Ponte de treliças

Treliças são peças que, quando conectadas, formam uma estrutura triangular. Elas sustentam a pista, sendo construídas em cima de bases em cada extremidade. As treliças são muito rígidas, transferindo a carga de peso de um ponto único para uma área maior, o que absorve o impacto e o peso. Podem ser tanto de aço ou madeira, porém o uso difere para cada propósito: para compressão, é usada a madeira; para tensão, utiliza-se o aço. 

Esse modelo de ponte foi popularizado principalmente nos EUA, durante os anos de 1870 a 1930. Apesar de não haver muitos exemplos notórios no Brasil, é um tipo econômico, já que são protótipos simples e eficientes em relação ao uso de materiais.

Ponte cantiléver 

Também conhecidas como Ponte em Balanço, elas se diferenciam de outras por serem apoiadas em estruturas em uma única extremidade (chamado de cantiléver).

Anteriormente, possuía o nome de North Bend Bridge, quando foi inaugurada em 1936. Foi renomeada em 1947, em homenagem ao engenheiro civil Conde Balcom McCullough, responsável por projetar muitas pontes da US Route 101, na região costeira do Oregon.
 Conde B. McCullough Memorial Bridge no Oregon, EUA

A pista de tráfego é apoiada em vigas, que dissipam a energia gravitacional e cinética dos carros. Não necessita de cabos para sustentar a pista – porém em caso de pontes maiores, é necessário o uso de treliças de aço estrutural. É recomendável o uso de aço no sistema de protensão para evitar fissuras, trincas ou rachaduras na estrutura. 

Esse modelo de passagem surgiu durante o século 19, por conta do desenvolvimento de tecnologias provenientes da Segunda Revolução Industrial, demandando melhoria na infraestrutura ferroviária com pontes mais compridas. Assim, os engenheiros daquela época descobriram que quanto maior o comprimento, mais suportes são necessários, porque eles distribuem a carga de forma igual.

Lá em cima você entendeu que o propósito de uma ponte é transpor um obstáculo que dificulte o deslocamento. Porém vendo dessa maneira, tudo pode ser uma ponte, não é? As passarelas por cima de rodovias, os viadutos que cortam não apenas rios mas outras pistas também transpõem obstáculos, assim como uma ponte sobre um rio, certo? Calma que não é bem assim. 
Segundo a norma ABNT NBR 9452, ponte é uma “estrutura destinada à transposição de obstáculo à continuidade do leito normal de uma via, e cujo obstáculo deve ser constituído por canal aquífero, como rio, mar, lago, córrego e outros.” Ou seja, a ponte serve para transpor obstruções de forma líquida. 
Já o viaduto é uma “estrutura destinada à transposição de uma via, e cujo obstáculo é constituído por rodovia, ferrovia, vale, grota, contorno de encosta. Esta estrutura destina-se também à substituição de aterros”. Em outras palavras, serve para atravessar impedimentos “secos”.

E aí, gostou de saber mais sobre os tipos de pontes e viadutos? Então confira mais do nosso conteúdo informativo e nos siga no Instagram e Facebook para ficar ligado em nossas novidades!

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