O nome patologia parece algo excêntrico, muito diferente e até assustador para alguns, mas todos nós convivemos com patologias diariamente. A calçada esburacada, aquela rachadura na parede de casa, o azulejo descolando na copa da cozinha do trabalho, aquela mancha escura gigante na parede do banheiro da escola … todos esses exemplos são patologias em uma construção civil.
Patologias são anomalias que ocorrem na edificação de um projeto. Podem aparecer de forma aparentemente inofensiva mas a falta de tratamento delas pode ocasionar em problemas mais sérios, inclusive acidentes fatais.
Saiba mais sobre os tipos de anomalias mais comuns e veja como evitá-las.
Principais tipos de patologias
Patologia das construções é o estudo de tais defeitos em uma edificação, como um diagnóstico médico. São diversos os tipos de problemas possíveis, assim como suas causas e listar todos, geraria uma série de posts só para tal, então aqui, vamos falar apenas dos principais e mais recorrentes, como:
Rachaduras
Rachaduras são aquelas aberturas que possuem diâmetro superior a 1 mm (um milímetro). Ocorrem devido a movimentos no solo em que a edificação é erguida e podem aparecer em qualquer tipo de construção.
Consideradas patologias graves, já que é possível passar água, vento e luz por elas. Quando não ocasionam sérios problemas, desvalorizam o imóvel.
Exigem uma atenção especial quando surgirem em forma diagonal e/ou em estruturas como vigas, marquises, lajes ou pilares, já que são elas que sustentam a fundação.
Fissuras e trincas
Não são graves quanto as rachaduras, sendo suas medidas inferiores a 1 mm. Porém ainda assim, são consideradas avarias em imóveis e quando não tratadas, evoluem para rachaduras.
Existem diferenças ao apontar o que é fissura e trinca, segundo a NBR 9575:2003:
- Trincas devem possuir diâmetro de 0,5 mm a 1 mm, sendo mais profundas;
- Fissuras são mais estreitas e alongadas, com fenda entre 0,05 mm a 0,5 mm, sendo aquelas inferiores a 0,05 mm consideradas microfissuras.
Podem ocorrer quando: há erro ao misturar o concreto, por conta de tensões e peso excedente sobre a construção ou variações de temperatura que causam dilatação ou contração do material.
Ainda, as trincas são classificadas entre ativas e passivas, sendo:
- Ativas quando sofrem modificações ao longo do tempo, mudando de tamanho;
- passivas quando não apresentam modificações com o passar dos anos.
Ao tratar das trincas, é necessário saber o tipo e, se for ativa, consertá-la apenas quando souber a causa do problema, para que não ocorram mais e não aconteça desperdício de materiais.
Infiltração
Uma das patologias mais corriqueiras e mais graves em construções civis. Além de ser desagradável esteticamente, pode causar mofo, bolor ou até mesmo comprometer as estruturas da construção, destruindo tetos e paredes, por exemplo.
Ocorre pela exposição à água e/ou umidade em excesso, que pode ser causada por diferentes fatores como umidade do solo que chega aos alicerces da edificação, vapores da água (em casos de banheiros), problemas na rede hidráulica ou falta de impermeabilização em fachadas e coberturas.
A exposição em excesso ao mofo pode causar problemas de saúde, como tosse, falta de ar, obstrução nasal, espirros, coceira, cansaço, coriza e até mesmo rinoconjuntivite. Inclusive, existem teorias de que essa foi a causa da morte da atriz Brittany Murphy, em 2009.
Carbonatação
É o processo de corrosão de estruturas metálicas, como as armaduras de concreto. Os entendedores de química sabem que o concreto é alcalino, certo? Mas se o gás carbônico entrar em contato com os poros do material e umidade, é formado um ácido que corrói o metal.
Esse processo químico acontece por conta das peças de metal não terem sido cobertas direito pelo concreto, ficando muito próximas à superfície da estrutura. Ou também as vibrações na edificação, além de outras falhas ao aplicar o concreto, podem causar porosidade, que ocasiona a corrosão.
Destacamento
Quando peças perdem a aderência ou deslocam-se por outra razão é um processo chamado de destacamento. Peças de cerâmica, argamassa ou substrato que descolam-se do piso, ladrilho e porcelanatos da superfície significam que maiores problemas virão, já que elas servem como proteção das estruturas da construção.
Pode acontecer pela má escolha de materiais, falta de planejamento ou falha ao colocar as peças.
Bolhas
Acontece quando há presença de água ou ar sob a textura, gesso ou tinta. A causa deriva da ausência de impermeabilizantes adequados ou aditivos antiespumantes, bem como o acabamento correto para a superfície.
Desbotamento
Como o próprio nome já prevê, diz respeito à descoloração de tintas, o que ocorre principalmente em áreas externas.
Tintas pouco resistentes ou inadequadas para o uso são o que causam o desbotamento, além das ações naturais de incidência do sol, ventos, chuvas, etc.
Como evitar
As patologias surgem por diversos motivos, como você viu acima. Então, é necessário realizar um estudo completo do problema, que antecipe perturbações futuras a fim de obter a solução completa.
Para tal, você deve ter a certeza de que contratou um especialista no assunto, que sabe o que é necessário a ser feito, quais os materiais corretos para cada tipo de edificação, cada processo a ser feito, como a dosagem na mistura de cimento, por exemplo.
Em casos de umidade ou mesmo as bolhas, é necessário o uso de um bom impermeabilizante, adequado para o material e estrutura. Ou no caso de desbotamento ou descascamento, é necessário usar materiais com alta resistência a raios violeta.
Porém é claro que nada dura para sempre. É preciso estar atento a qualquer anomalia, contando com manutenções periódicas.
E aí, gostou de entender o que causam as patologias em construções civis? Você encontrará mais conteúdos interessantes em nosso blog, venha conhecer!